Com visões detalhadas da Anunciação ao nascimento de Jesus e reflexões que vão mexer com a sua vida.
Novena
de Natal com textos de Ana Catarina Emmerick
Primeiro
dia – A Anunciação - 15-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
– Bem-vindos irmãos e irmãs ao primeiro dia da Novena de Natal.
Nesse tempo especial do Advento nos preparemos para receber o Menino
Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
A
Beata Ana Catrina Emmerick nasceu no século 18, na Alemanha. Ela
tinha os estigmas de Jesus e se alimentou durante muitos anos somente
da Eucaristia.
O
Senhor mostrou-lhe detalhes de Sua vida. E ela transcreveu tudo que
via. Nessa novena acompanharemos os detalhes dessas visões.
"Vi
a Santíssima Virgem que recolheu-se ao quarto de dormir e
preparou-se para a oração, pondo um vestido comprido, de lã
branca, com cinto largo e cobrindo a cabeça com um véu
branco-amarelo.
Tirou
uma mezinha baixa encostada na parede e colocou-a no meio do quarto;
tendo posto ainda uma almofada diante dessa mezinha, pôs-se de
joelhos e cruzou os braços. Assim a vi rezar muito tempo, em ardente
súplica, elevados os olhos ao céu, pedindo a redenção e a vinda
do Rei prometido.
Então
se derramou do teto do quarto uma torrente de luz sobre o lugar à
direita de Maria. Nessa luz vi um jovem resplandecente descer para
junto dela: era o Arcanjo S. Gabriel, que lhe disse:
"Ave,
cheia de graça. O Senhor é convosco, bendita sois entre as
mulheres."
Ao
ouvir estas palavras, a Virgem perturbou-se e se perguntava das
razões daquela saudação. Mas o Anjo disse:
"Não
vos perturbeis, Maria, porque merecestes graça diante de Deus; eis
que concebereis e dareis à luz um filho, ao qual poreis o nome de
Jesus. Ele será grande e chamar-se-á o Filho do Altíssimo; e Deus
Nosso senhor lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará
eternamente sobre a casa de Jacó e o seu reino não terá fim."
Maria
virou um pouco a cabeça velada para o lado direito, mas, cheia de
temor, não levantou os olhos. O Anjo, porém, continuou a falar e
Maria levantou um pouco o véu e respondeu:
"Como
se fará isso, pois não conheço homem?"
E
o Anjo disse: "O Espírito Santo virá sobre Vós e a virtude do
Altíssimo cobrir-vos-á com sua sombra. E por isso o Santo que
nascerá de Vós, será chamado Filho de Deus. Já vossa prima Isabel
concebeu um filho na velhice e este é o sexto mês da que se diz
estéril; pois nada para Deus é impossível".
Maria
levantou o véu e, olhando para o Anjo, respondeu as santas
palavras:
"Eis
aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a vossa palavra."
A
Santíssima Virgem estava em profundo êxtase.
O
quarto estava cheio de luz, o Céu parecia aberto e um rastro
luminoso permitia-me ver por cima do Anjo, no fim da torrente de luz,
a Santíssima Trindade.
Quando
Maria disse: "Faça-se em mim segundo a vossa palavra", vi
a aparição do Espírito Santo; do peito e das mãos
derramaram-se-Ihe três raios de luz para o lado direito da
Santíssima Virgem, unindo-se-Ihe.
Maria
estava nesse momento toda luminosa e como transparente.
Vi
depois o Anjo desaparecer e do rasto luminoso que se retirava para o
Céu, caíram sobre a Santíssima Virgem muitas rosas brancas
fechadas, todas com uma folhinha verde.
A
Virgem Santíssima, toda absorta em extática contemplação,
reconheceu e
viu
em si o Filho de Deus, feito homem, como uma pequena forma humana
luminosa, com todos os membros já desenvolvidos, até os dedinhos e
humildemente o adorou.
Foi
pela meia noite, que vi esse mistério. Depois de algum tempo, Maria
se levantou, colocou-se diante do pequeno altar de oração e rezou
em pé.
Reflexão
Maria
aceitou a vontade de Deus. E assim se fez Mãe do nosso Salvador.
Mesmo
sem entender Nossa Senhora confiou em Deus e disse sim.
Nossa
Senhora é um exemplo para todos nós. Nós também devemos confiar
em Deus, porque Ele cuida de nós.
Mesmo
sem entender vamos confiar no Senhor. Vamos entregar nossas vidas nas
mãos de Jesus e de Nossa Senhora. Porque o Senhor tem o melhor para
a nossa salvação.
Oremos
Senhor:
eu confio em Vós. Sei que a minha fé é pequena, mas eu Vos peço:
aumenta a minha fé. Sei que o Senhor tem o melhor pra mim, pra minha
vida e para minha salvação. Por isso hoje eu digo com Nossa
Senhora:
Senhor,
faça-se em mim a Vossa Vontade. Que não seja mais eu a querer,
Senhor. Que a Vossa Vontade reine em minha vida de hoje em diante.
Amém.
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 2º dia da Novena.
Cântico
final.
Segundo
dia – Nossa Senhora visita Santa Isabel - 16-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
– Bem-vindos irmãos e irmãs ao segundo dia da Novena de Natal.
Continuamos
caminhando com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, e nos
preparando para receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Isabel
era prima de Maria e esposa de Zacarias, e soube por uma visão, que
uma virgem da sua tribo se tornara mãe, do Messias prometido.
Tinha
pensado durante essa visão em Maria, com grande saudade, e vira-a em
espírito a caminho para sua casa.
Mas
Zacarias deu-lhe a entender ser inverossímil que a recém-casada
fizesse tal viagem. Isabel porém, cheia de saudade, foi-lhe ao
encontro.
Maria
Santíssima, vendo Isabel de longe e reconhecendo-a correu adiante de
José, ao encontro dela.
Cumprimentaram-se
afetuosamente com um aperto de mão. Nisto vi um esplendor em Maria e
um raio de luz passando dela para Isabel, que se sentiu
milagrosamente comovida. Abraçando-se, atravessaram, o pátio em
direção à porta da casa.
José
entrou, por uma porta lateral, no átrio da casa, onde humildemente
cumprimentou
o velho sacerdote venerável; este o abraçou cordialmente e
expandiu-se com ele, escrevendo numa lousa, pois ficara mudo desde a
aparição do Anjo no Templo.
Maria
e Isabel entraram pela porta da casa no átrio. Ali se cumpri-
mentaram
de novo muito afetuosamente, pondo as mãos nos braços
uma
da outra e encostando face a face.
Nisso
vi de novo como que um esplendor em Maria, radiando para Isabel, pelo
que esta ficou toda luminosa, comovida por uma alegria santa.
Recuando
com as mãos levantadas, exclamou, cheia de humildade, alegria e
entusiasmo:
"Bendita sois entre as mulheres e bendito é o fruto
do
vosso ventre! Donde me vem a felicidade de ser visitada pela
Mãe
do meu Senhor? Porque assim que chegou a voz da saudação aos
meus
ouvidos, logo o menino deu um salto de prazer no meu ventre.”
Então
conduziu Maria ao quartinho preparado para ela. Maria, po-
rém,
na elevação da sua alma, proferiu o cântico do Magnificat:
A minha’Alma engrandece o Senhor
e
se alegrou meu espírito em Deus meu salvador
porque
olhou para a humildade de sua serva.
Doravante
as gerações hão de chamar-me de bendita.
O
Poderoso fez em mim maravilhas e santo é o Seu Nome.
Seu
amor para sempre se estende sobre aqueles que O temem.
Manifesta
o poder de Seu braço,
dispersas
os soberbos
derruba
os poderosos de seus tronos
e
eleva os humildes.
Sacia
de bens os famintos
despede
os ricos sem nada.
Acolhe
Israel, seu servidor, fiel ao Seu amor
como
havia prometido a nossos pais
em
favor de Abraão e de seus filhos para sempre.
Reflexão
Nossa
Senhora está grávida, esperando Jesus, o salvador, o Messias tão
esperado. O que faz a Mãe de Jesus? Senta-se e aproveita a obra que
o Senhor está fazendo na vida dela? Acaso fica parada esperando ser
adorada por todos por ser a mãe do Messias?
Não.
Maria se põe à caminho da casa de Isabel, numa grande distância,
numa jornada difícil e perigosa.
Qual
o objetivo da Virgem Maria? Servir sua prima Santa Isabel, ajudá-la
no nascimento de São João Batista.
Esse
é mais um exemplo de Maria Santíssima para nós. Precisamos servir
ao próximo, na família, na vizinhança, na igreja, onde quer que
precisem de ajuda.
Precisamos
servir à Jesus na pessoa do outro, ajudando com amor.
O
mundo pode ser melhor. Nós podemos fazê-lo diferente. Basta que
cada um de nós siga o exemplo de Nossa Senhora.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 3º dia da Novena.
Cântico
final.
Terceiro
dia - Anjo
aparece à São José – 17-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
– Bem-vindos irmãos e irmãs ao terceiro dia da Novena de Natal.
Continuamos
caminhando com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, e nos
preparando para receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Depois
de alguns dias José voltou a Nazaré. Até uma parte do caminho ele
foi acompanhado por Zacarias.
Maria
Santíssima, porém, ficou três meses com Isabel até o nascimento
de João Batista, e já antes da circuncisão do menino voltou para
Nazaré.
José
veio-lhe ao encontro até meio caminho e foi então que notou que
estava
grávida.
Não
tendo conhecimento da anunciação do Anjo à Santíssima Virgem, ele
foi acometido de dúvidas e desassossego.
Maria
guardara consigo o mistério, por humildade e modéstia.
José
nada disse, mas lutou em silêncio com as dúvidas que lhe torturavam
o coração.
Em
Nazaré lhe cresceu o desassossego, a ponto de resolver abandoná Ia
e fugir secretamente. Então lhe apareceu um Anjo em sonho
e consolou-o.
Disse
o Anjo:
-
José, filho
de Davi: não temas receber Maria por esposa pois o que nela foi
concebido vem do Espírito Santo. Ela dará a luz um filho , a quem
porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo de seus pecados.”
Reflexão
Vemos
que Maria continuou humilde. Não saiu espalhando ao mundo que ela
seria mãe do Messias. Mas guardou para si.
O
Espírito Santo revelou tudo isso apenas à Isabel.
Sendo
assim José não sabia da Boa Nova. Sem conhecer a obra de Deus, José
sofreu com as dúvidas e angústias.
Na
nossa vida também é assim. Quantas vezes sofremos e sofremos porque
não vemos a obra que Deus está fazendo em nossa vida?
Somos
cegos e não vemos a obra do Senhor. Algumas vezes leva muito tempo
pra que a gente entenda o que o Senhor está realizando na nossa
vida.
Outras
vezes leva a vida inteira pra que a gente entenda porque algumas
coisas aconteceram ou estão acontecendo.
Nessas
horas em que a inteligência não entende e o coração não
compreende, vamos nos lembrar de José – que também passou por
essa angústia, essa incerteza.
O
Anjo do Senhor também está dizendo à nós:
-
Não tema. Aquieta o teu coração. Confie em Deus e seja fiel à
Deus. Se abandone no Senhor e deixe que Ele conduza a sua vida.
Tenha
fé e confie no Senhor. Ele fará o melhor para você.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 4º dia da Novena.
Cântico
final.
4º
dia – A viagem a Belém – 18-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao quarto dia da Novena de Natal.
Continuamos
caminhando com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, e nos
preparando para receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Vi
a Santíssima Virgem, com sua mãe Sant'Ana, fazendo trabalhos
de
malha, preparando tapetes, ligaduras e panos.
José
estava a caminho, voltando de Jerusalém, para onde tinha levado
animais para o sacrifício.
Passando
pela meia noite pelo campo de Chirnki, a seis léguas de Nazaré,
apareceu-lhe um Anjo, com o aviso de partir imediatamente com Maria
para Belém, pois era ali que ela devia dar à luz o filho.
Ordenou-lhe
também que levasse, além do jumento, em que Maria devia viajar, uma
jumentinha de um ano; que deixasse esta correr livre e seguisse
o
caminho que ela tomasse.
José
comunicou a Maria e Ana o que lhe fora dito. Então se prepararam
para a partida imediata.
Ana.
Mãe de Maria, ficou muito aflita. A Virgem Santíssima, porém, já
sabia antes que devia dar à luz o filho em Belém, mas na sua
humildade se calara.
Vi
José e Maria partirem, acompanhados por Ana, Maria Cleopha
e
alguns criados, até o campo de Ginim. Ali se separaram,despedindo-se
comovidos.
Vi
a Sagrada Família continuar a viagem, subindo a serra de Gilboa.
Na
noite seguinte passaram por um vale muito frio, dirigindo-se a um
monte. Caíra geada. Maria, sentindo frio, disse:
-
Devemos descansar, não posso ir mais adiante.
José
arranjou-lhe um assento, debaixo de um terebinto; ela, porém, pediu
instantemente a Deus que não a deixasse sofrer qualquer mal, por
causa do frio. Então a penetrou tanto calor, que ela deu as mãos a
José, para aquecer as dele.
José
falou-lhe muito carinhosamente; ele era tão bom e sentia tanto que a
viagem fosse tão penosa! Falou também da boa recepção que
esperava achar em Belém.
Celebraram
o Sábado numa estalagem. Na manhã seguinte continuaram
o
caminho, passando por Samaria. A Santíssima Virgem andava a pé;
às
vezes paravam em lugares convenientes e descansavam.
A
jumenta ora ficava atrás, ora corria muito para a frente; mas onde
os caminhos divergiam, apresentava-se e tomava o caminho bom e onde
deviam descansar, parava.
A
primeira coisa que S. José fazia, em cada lugar de descanso e em
cada estalagem, era arranjar um lugar cômodo para a Santíssima
Virgem sentar-se e
descansar.
Reflexão
A
vida dos filhos de Deus é assim. Por vezes o Senhor nos determina
coisas que não podemos entender. Acontecem coisas na nossa vida que
não podemos explicar. É aquela hora em que o demônio aproveita
para semear a revolta. E nos diz: Por que Deus permite isso? Por que
com você?
Ele
sopra isso aos nosso ouvidos, mas parece que somos nós que estamos
pensando. Nessa hora precisamos nos lembrar da obediência de José e
Maria. Eles não questionam. Eles confiam e obedecem. E o Senhor
cuida deles nos mínimos detalhes.
Como
eles confiam, como eles tem fé, o Senhor lhes dá aquilo que eles
precisam.
O
cuidado de São José com Nossa Senhora também é um grande exemplo
para nós. Nesses tempos em que a mídia nos passa tantas ideias
distorcidas por vezes esquecemos de cuidar de quem está perto de
nós.
O
Senhor nos deu a nossa família para a gente cuidar. Cuidar dos
filhos, cuidar do marido, cuidar da esposa. A família não é um
peso. A família é uma obra de Deus. Por isso precisamos sempre
cuidar uns dos outros.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 5º dia da Novena.
Cântico
final.
5º
dia - Não havia lugar para eles – 19-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao quinto dia da Novena de Natal.
Caminhando
com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, nos preparamos para
receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Quando
a Sagrada Família chegou a dez léguas de Jerusalém,encontrou de
noite uma casa solitária. José bateu à porta, pedindo agasalho
para a noite; mas o dono da casa tratou-os grosseiramente e
negou-lhes o abrigo.
Então
andaram um pouco adiante e, entrando num rancho, encontraram ali a
jumenta esperando.
Abandonaram
esse abrigo já antes de amanhecer. Em outra casa foram
também
tratados asperamente. José tomou pousada mais vezes pelo fim da
viagem, pois esta se tornava cada vez mais penosa para a Santíssima
Virgem. Seguindo sempre a jumenta, fizeram deste modo uma volta de
quase um dia e meio, para leste de Jerusalém.
Rodeando
Belém, passaram pelo norte da cidade e aproximaram-se pelo lado
oeste.
Pararam e pousaram afastados do caminho, sob uma árvore.
Maria
apeou-se e consertou o vestido. Depois José a conduziu a um grande
edifício, que estava a alguns minutos fora de Belém.
Era
a casa paterna de José, o antigo solar de Davi - mas naquele tempo
servia de recebedoria do imposto romano.
José
entrou na casa; os amanuenses perguntaram quem era e depois lhe leram
a genealogia, como também a de Maria.
Aparentemente,
José não sabia que Maria descendia também por Joaquim, em linha
direta, de Davi. Maria foi também chamada perante os escrivães.
José
entrou então com ela em Belém, procurando em vão pousada logo
nas
primeiras casas; pois havia muitos forasteiros na cidade.
Continuaram
assim, indo de rua em rua. Chegando à entrada de uma rua, Maria
esperava com os jumentos, enquanto José ia de casa em casa, pedindo
agasalho, mas em vão.
Maria
tinha de esperá-lo às vezes muito e sempre com o mesmo resultado;
tudo já ocupado, não havia mais lugar para eles.
Então
disse José a Maria que era melhor ir à outra parte de Belém; mas
também lá procurou em vão.
Conduziu-a
então e ao jumento, para debaixo de uma árvore grande, afim de
descansar, enquanto ele ia à procura de hospedagem.
Muita
gente passou pela árvore, olhando para Maria. Julgo que alguns
também se lhe dirigiram, perguntando quem era. Maria era tão
paciente, tão humilde e ainda tinha esperança. Mas, depois de
esperar muito, voltou José triste e abatido, pois nada arranjara.
Os
amigos, dos quais tinha falado à SS. Virgem, não quiseram
reconhecê-lo. Lamentou-o com lágrimas nos olhos, mas Maria
consolou-o. Mais uma vez começou ele a procurar de casa em casa,
voltando finalmente tão abatido, que só se aproximou hesitante.
Reflexão
“E
não havia lugar para eles.” Se as pessoas soubessem que Maria
carregava Jesus, o salvador da humanidade, o Filho de Deus, a segunda
pessoa da Santíssima Trindade, provavelmente abririam suas casas e
os receberiam com muita alegria.
Nós
temos a graça de saber quem é Jesus. Nós conhecemos o milagre pela
Anunciação do Anjo. E a pergunta é: recebemos Jesus? Abrimos
nossos corações para que Ele entre e venha morar?
Ou
também somos grosseiros e não damos lugar para Ele? Será que só
pensamos nos nossos interesses e também deixamos Jesus do lado de
fora?
Não
podemos nos fechar à salvação que Jesus nos trouxe. Essa vida é
passageira. Nós ficaremos aqui por um tempo e depois seremos
chamados para a eternidade.
Nós
vamos morrer, seremos julgados, e daí iremos para o céu ou para o
inferno por toda a eternidade.
Nós
estaremos com Jesus no céu – ou com o demônio nos sofrimentos
eternos do inferno? Que vida nós escolhemos?
Vamos
escolher Jesus. Vamos abrir nosso coração e nossa vida à Ele. Só
a vida com Jesus faz sentido – agora e por toda a eternidade.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 6º dia da Novena.
Cântico
final.
Sexto
dia - A estrebaria – 20-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao sexto dia da Novena de Natal.
Caminhando
com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, nos preparamos para
receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
José
não havia encontrado um lugar para Maria.
Então
disse que conhecia um lugar fora da cidade pertencente aos pastores;
ali, com certeza, achariam abrigo.
Assim
saíram de Belém, para uma colina situada no lado oriental da
cidade, na qual havia uma gruta. A jumentinha, que já
da casa paterna de José tinha corrido para lá, fazendo a volta da
cidade, veio-lhes ao encontro, pulando e brincando alegremente em
roda.
Então
disse a Santíssima Virgem a
José: "Vê, decerto é vontade de Deus que aqui fiquemos.”
José
acendeu uma luz e, entrando na caverna, tirou algumas coisas de lá,
afim de arranjar um lugar de descanso para a Santíssima Virgem.
Depois
a levou para dentro e ela se assentou no leito feito de mantas e
fardéis de viagem. José pediu-lhe humildemente desculpa pela pobre
hospedagem; mas Maria, cheia de piedosa esperança e amor, estava
contente e feliz.
José
buscou água num odre e da cidade trouxe algumas frutas e feixes de
lenha miúda. Buscou também brasas, para acender o fogo e preparar a
refeição. Depois de ter comido e feito as orações, deitou-se
Maria no leito; José, porém, arranjou o seu leito à entrada da
gruta.
Maria
Santíssima passou o dia seguinte, o Sábado, na gruta, rezando e
meditando com grande devoção. De tarde José a levou, através do
vale, à gruta que servira de sepulcro a Marabá, ama de Abraão.
Depois,
terminado o Sábado, veio reconduzi-la à primeira gruta. Maria disse
a S. José que à meia noite desse dia chegaria a hora do nascimento
de seu Filho, pois teriam passado nove meses desde a anunciação
pelo Anjo.
José
ofereceu-se para chamar algumas mulheres piedosas de Belém para
assisti-la, mas Maria recusou.
Desse
modo chegaram os santos Pais de Jesus, guiados pela Divina
Providência, ao lugar determinado pelo Pai Eterno, em união com o
Filho Unigênito e o Espírito Santo, para o nascimento daquele
Divino Menino, cheio de graça, que havia de tirar da terra a
maldição, abrir o Céu e criar um novo Éden de Deus cá na terra.
Reflexão
A
humildade da Virgem Santíssima – que não reclama nenhuma vez da
situação em que se encontra é um grande exemplo para nossa vida.
Também
a confiança de Maria em Deus é outro bom exemplo para nós.
Em
todas as situações que você passar, por mais difícil que possa
ser a sua vida, por pior que seja o momento que você está vivendo,
lembre-se sempre que Deus está com você.
Por
isso confie totalmente em Deus. Não deixe nada nem ninguém abalar
sua confiança no Senhor. Nenhum amigo, nenhum parente, nem o inimigo
– não deixe ninguém te separar do Senhor.
Diga
sempre: - Jesus, eu confio em Vós. Porque Ele está cuidando de
você.
Confie
e reze. O Senhor vai te dar aquilo que você precisa. Como fez com a
família de Nazaré.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 7º dia da Novena.
Cântico
final.
Sétimo
dia - O nascimento de Jesus – 21-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao sétimo dia da Novena de Natal.
Caminhando
com as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, vamos nos preparando
para receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Maria
disse ao esposo que o tempo estava próximo e que a deixasse e fosse
orar. José saiu e começou a rezar. Depois voltou-se mais uma vez,
para fitar a Santíssima Virgem e viu-a como rodeada de chamas; toda
a gruta estava iluminada como por uma luz sobrenatural.
Então
entrou com santo respeito na sua cela e prostrou-se por terra, para
orar. Vi o esplendor em volta da Santíssima Virgem crescer mais e
mais.
Ela
estava de joelhos, coberta de um vestido largo, estendido em redor,
sem cinto. À meia noite ficou extasiada e levantada acima do solo.
Tinha
os braços cruzados sobre o peito.
Não
vi mais o teto da gruta. Uma estrada de luz se lhe abria por cima até
o
mais
alto Céu, com crescente esplendor.
Maria,
porém, levantada da terra em êxtase, olhava para baixo, adorando o
seu Deus, cuja Mãe se tornara e que jazia deitado por terra, diante
dela, qual criancinha nova e desamparada.
Vi
o nosso Salvador qual criancinha pequenina, resplandecente, cujo
brilho
excedia
a toda a luz na gruta, deitado no tapete, diante dos joelhos de
Maria. Parecia-me que era muito pequeno e crescia cada vez mais,
diante dos meus olhos.
Depois
de algum tempo vi o Menino Jesus mover-se e ouvi-o chorar.
Então
foi que Maria voltou a si. Tomou a criancinha e, cobrindo-a com um
pano, apertou-a ao peito. Assim se sentou, envolvendo-se, com o
Filhinho, no véu. Então vi em redor Anjos em forma humana,
prostrados em adoração diante do Menino.
Cerca
de uma hora após o nascimento, Maria chamou São José, que ainda
estava rezando. Chegando-se perto, prostrou-se-Ihe o esposo em
frente, em adoração, cheio de humildade e alegria.
Só
depois que Maria lhe pediu que apertasse de encontro ao coração o
santo dom de Deus, foi que José se levantou, recebendo o Menino
Jesus nos braços e louvando a Deus, com lágrimas de alegria.
A
Santíssima Virgem envolveu então o Menino em panos e deitou-o na
manjedoura, cheio de junco e ervas finas e coberta com uma manta.
A
manjedoura estava ao lado direito, na entrada da gruta. Os santos
Pais, tendo deitado o menino no presépio, ficaram-lhe ao lado,
cantando salmos.
Reflexão
O
Messias, o salvador, o rei dos reis, Aquele cujo nome está acima de
todos os outros nomes, o Filho de Deus… nasceu dentro da mais
absoluta humildade.
Nasceu
num lugar que servia de abrigo aos animais, tendo como berço uma
manjedoura onde os animais se alimentavam.
E
assim nos deu um grande exemplo. Nos ensinou que é preciso ser
humilde, que nada nesse mundo vale mais que a amizade e a benção de
Deus.
Porque
quando somos fiéis o Senhor nos acompanha, cuida de nós, provê as
nossas necessidades. É em Deus que está a verdadeira alegria – a
alegria de saber que o Senhor nos acompanha nessa estrada rumo ao céu
– que é onde Ele nos quer para sempre.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 8º dia da Novena.
Cântico
final.
Oitavo
dia - Os pastores – 22-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao oitavo dia da Novena de Natal.
Estamos
chegando perto do Natal, onde comemoramos o nascimento de Jesus,
nosso salvador.
Com
as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, vamos nos preparando para
receber o Menino Jesus em nosso coração.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Vi
três pastores, que estavam juntos, diante de um rancho, admirando a
maravilhosa noite. No céu vi uma nuvem luminosa, descendo para eles.
Ouvi
um doce canto.
A
principio se assustaram os pastores, mas de repente Ihes surgiu um
Anjo, dizendo:
-
Não temais. Anuncio-vos uma grande alegria, que é dada a todo o
povo,
pois
nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, nosso
Senhor... Eis o sinal para conhecê-lo: achareis uma criança envolta
em panos e deitada num pre sépio.
Enquanto
o Anjo assim falava, aumentava o esplendor em redor e vi então cinco
ou sete Anjos, grandes, luminosos e graciosos, diante dos pastores.
Seguravam
nas mãos uma fita, como de papel, na qual estava escrita uma coisa,
em letras do tamanho de um palmo. Ouvi-os louvar a Deus e cantar:
-
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.
Os
pastores na torre de vigia tiveram a mesma aparição, apenas
um
pouco depois. Do mesmo modo apareceram os Anjos a um terceiro grupo
de pastores, perto de uma fonte, a três léguas de Belém, a leste
da torre dos pastores.
Vi
que os pastores não foram imediatamente à gruta; para lá chegar os
três pastores tinham um caminho de uma hora e meia e os da torre o
dobro. Vi também que deliberaram sobre o que deviam levar, como
presente, ao Messias
recém-nascido;
depois buscaram as dádivas o mais depressa possível.
Ao
crepúsculo da manhã chegaram os pastores, com os presentes, à
gruta.
Contaram
a S. José o que Ihes anunciara o Anjo e que vinham para adorar o
Messias. José aceitou os presentes, com humildes agradecimentos e
conduziu os pastores à Santíssima Virgem que estava sentada ao pé
do presépio, com o Filho ao colo.
Os
recém-chegados prostraram-se de joelhos diante de Jesus, segurando
os cajados nos braços. Choraram de alegria e permaneceram assim
muito tempo,
sentindo
grande felicidade e doçura. Quando se despediram, deu-Ihes a
Santíssima Virgem o Menino a abraçar.
De
tarde vieram outros pastores, com mulheres e crianças, trazendo
presentes.
Alguns
dias depois do nascimento de Jesus, estando José e Maria ao lado do
presépio e olhando com grande e íntima felicidade para o divino
Menino, aproximou-se de súbito o jumento, e, caindo de joelhos,
baixou a cabeça até o chão. Maria e José derramaram lágrimas à
vista disso.
Depois
do Sábado, José chamou três sacerdotes de Belém, para a
circuncisão do Menino. Estes trouxeram a cadeira da circuncisão e
uma laje de pedra octogonal, na qual se encontravam os instrumentos
necessários.
Ao
nascer do dia teve lugar a circuncisão. Oito dias depois do
nascimento do Senhor, vi que um anjo apareceu ao sacerdote,
apresentando-lhe o nome de Jesus, escrito numa lousa.
O
Menino Jesus chorou alto, depois da santa cerimônia. José recebeu-o
do sacerdote e depositou-o nos braços da SS. Virgem.
Na
tarde do dia seguinte, chegou Isabel, com um velho criado, à gruta.
Houve grande regozijo. Isabel apertou o Menino ao coração.
Veio
também Ana, com o segundo marido e Maria Helí. Maria pôs o Menino
nos braços da velha mãe, que estava muito comovida. Maria
contou-lhe também, cheia de íntima felicidade, todas as
circunstâncias do nascimento. Ana chorou com Maria, acariciando
durante todo o tempo o
Menino Jesus.
Reflexão
Eis
que o Senhor anunciou aos pastores o nascimento de Seu Filho Jesus.
Hoje
o Senhor anuncia à cada um de nós que enviou Seu Filho para nos
salvar dos nossos pecados.
Jesus
é o Messias anunciado pelos profetas. Ele é o Bom Pastor que nos
leva por caminhos verdejantes e à fontes de águas límpidas. O
Senhor é meu pastor; nada nos faltará.
Deixemos
tudo agora e busquemos Jesus. Como fizeram os pastores, como fizeram
os reis magos. Porque Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Só se
vai ao Pai por Ele.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para o 9º dia da Novena.
Cântico
final.
Nono
dia - Os reis magos – 23-12
Sinal
da Cruz.
Introdução
–
Bem-vindos
irmãos e irmãs ao oitavo dia da Novena de Natal.
Estamos
bem perto de comemora o nascimento que mudou a história da
humanidade. Jesus veio ao mundo, nos trouxe a salvação e nos
mostrou que caminho seguir. Depois abriu as portas do céu porque nos
quer com Ele por toda a eternidade.
Com
as visões da Beata Anna Catarina Emmerick, vamos nos preparando para
receber o Menino Jesus em nosso coração.
Lembrando
da Missa do dia 24 de dezembro, e também da Missa do Natal - que é
dia santo de guarda. Ou seja: devemos ir à Missa do dia 25, pois do
contrário estaremos em falta grave.
Iniciemos
rezando com muita fé e devoção a oração da Mãe de Deus. Ave
Maria…
Leitura
Os
antepassados dos três Reis Magos descendiam de Jó, que outrora
vivera no Cáucaso. Um discípulo de Balaão anunciara ali a profecia
deste, de que apareceria uma estrela de Jacó. Essa profecia achou
larga aceitação.
Construiu-se
uma torre alta, numa montanha. Muitos sábios e astrônomos viveram
ali alternadamente. Tudo que notavam nos astros, escreviam e
ensinavam a todos.
Os
chefes de uma tribo da terra de Jó, numa viagem ao Egito, naregião
de Heliopoli, receberam por um Anjo a revelação de que o Salvador
nasceria de uma Virgem e seria adorado pelos seus descendentes.
Eles
mesmos deviam voltar e estudar os astros.
Esses
Médos começaram então a observar as estrelas. Diversas vezes,
porém, caiu esse estudo em esquecimento, por causa de vários
acontecimentos. Depois começou o abominável abuso de sacrificarem
crianças, para que a criança prometida viesse mais depressa.
Cerca
de 500 anos antes do nascimento de Jesus, estava esse estudo dos
astros também em decadência.
Existia
porém, a descendência daqueles chefes, constituída por três
irmãos, que viviam separados, cada um com sua tribo. Tiveram três
filhas, às quais
Deus
deu o dom de profecia, de modo que ao mesmo tempo percorreram
o
país e as três tribos, profetizando e ensinando sobre a estrela
de
Jacó. Então se renovou nessas três tribos o estudo das estrelas e
renasceu o desejo da vinda do Menino prometido. Desses três irmãos
descenderam os Reis Magos em linha direta, por 15 gerações, após
500 anos; mas, pela mistura com outras raças, eram de cores
diferentes.
Desde
o princípio desses 500 anos, ficavam sempre alguns dos antepassados
dos Reis num edifício comum, para estudarem os astros; conforme as
diversas revelações que recebiam, mudavam certas coisas nos templos
e no culto divino.
Infelizmente
continuou ainda entre eles, por muito tempo, o sacrifício de homens
e crianças. Todas as épocas que se referiam à vinda do Messias,
conheciam-nas em visões milagrosas, ao observar as estrelas.
Desde
a Conceição de Nossa Senhora, portanto há 15 anos, essas visões
mostravam, cada vez mais distintamente, a vinda da criança.
Por
fim viram até muitas coisas que se referiam à paixão de Jesus.
Podiam
calcular bem o tempo da estrela de Jacó, que Balaão predissera.
(Núm. 24, 17); pois viram a escada de Jacó e, segundo o número dos
degraus e a sucessão das imagens que nestes apareciam, podiam
calcular, como num calendário, a proximidade da Salvação; pois o
cume da escada deixava ver a estrela ou a estrela era a última
imagem dela.
Viam
a escada de Jacó como um tronco, que tinha três séries de escalões
cravados em roda; nestes aparecia uma série de imagens, que viam
também nas estrelas, no tempo da sua realização. Dessa maneira
sabiam exatamente que a imagem havia de aparecer e conheciam, pelos
intervalos, quanto tempo haviam de esperá-Ia.
Lembro-me
de ter visto, na noite do nascimento de Jesus, dois dos Reis na
torre. O terceiro, que vivia a leste do Mar Cáspio, não estava com
eles; viu, porém, a mesma visão, à mesma hora, na sua terra.
A
imagem que reconheceram, apareceu em diversas variações; não foi
numa estrela que a viram, mas numa figura composta de um certo número
de estrelas. Divisaram, porém, sobre a lua um arco-iris, sobre o
qual estava sentada uma virgem; à esquerda desta, aparecia no arco
uma videira, à direita um molho de espigas de trigo.
Vi
aparecer diante da Virgem a figura de um cálice ou, melhor, subir ou
sair-lhe do esplendor; saindo desse cálice, apareceu uma criancinha
e, sobre esta, um disco luminoso, como um ostensório vazio, do qual
emanavam raios semelhantes a espigas. Tive nisso a impressão do SS.
Sacramento.
Do
lado direito da criancinha, que subia do cálice, brotou um ramo, no
qual desabrochou, como uma flor, uma igreja octogonal, que tinha um
portão grande e duas portas laterais. A Virgem moveu com a mão o
cálice, a criança e a hóstia para cima, colocando-as dentro da
Igreja e a torre da Igreja levantou-se-Ihe por cima e tomou-se por
fim uma cidade brilhante, assim como representamos a Jerusalém
celeste.
Vi
nessa imagem muitas coisas, como procedendo e desenvolvendo-se umas
das outras.
Os
Reis viram Belém como um belo palácio, como uma casa na qual se
junta e se distribui muita bênção. Lá viram a Virgem Santíssima,
com o Menino, rodeada de muito esplendor e muitos reis se inclinarem
diante dele, oferecendo-lhe sacrifícios. Tomaram tudo como
realidade, pensando que o rei tinha nascido em tal esplendor e que
todos os povos se lhe haviam submetido; por isso foram também lhe
oferecer os seus dons.
Havia
um grande número de imagens naquela escada de Jacó. Vi-as todas
aparecer nas estrelas, no tempo do seu cumprimento.
Naquelas
três noites, os três Reis Magos viram continuamente essas imagens.
O mais nobre entre eles mandou então mensageiros aos outros e,
quando viram a imagem dos reis que ofereceram presentes ao Rei
recém-nascido, puseram-se também a caminho, com riquíssimas
dádivas, para não serem os últimos.
Todas
as tribos dos astrônomos viram a estrela, mas só aqueles a
seguiram.
Alguns
dias depois da partida dos reis, vi Theokenos, com o seu séquito,
juntar-se aos grupos de Mensor e Sair; Theokenos não tinha estado
antes com estes últimos.
Cada
um dos Reis tinha no séquito quatro parentes próximos da tribo,
como companheiros. A tribo de Mensor era de cor agradável,
pardacenta; a de Sair parda e a de Theokenos de cor amarela,
brilhante.
Mensor
era Caldeu; depois da morte de Jesus, foi batizado por São Tomé e
recebeu o nome de Leandro. Sair teve o batismo de desejo; não vivia
mais, quando Jesus foi à terra dos Reis Magos. Theokenos veio da
Média e era o mais rico; foi batizado e chamado Leão por São Tomé.
Deram-se
aos Reis Magos os nomes de Gaspar, Melchior e Baltasar, porque estes
nomes lhes designam o caráter: Gaspar - Vai com amor. Me1chior
Aproxima-se humildemente. Baltasar – Age prontamente, conformando a
sua vontade com a de Deus.
O
caminho para Belém era de mais de 700 léguas: fizeram-no em 33
dias, viajando muitas vezes dia e noite. A estrela que os guiava, era
como um globo brilhante. Um jorro de luz emanava dela sobre a terra.
Vi finalmente chegarem os Reis à primeira vila judaica.
Ficaram,
porém, muito acabrunhados, porque ninguém sabia coisa alguma do Rei
recém-nascido.
Quanto
mais se aproximavam de Jerusalém, tanto mais tristes ficavam, pois a
estrela se tornava muito menos clara e brilhante e na Judéia a viram
raras vezes. Quando pararam, fora de Jerusalém, desaparecera
totalmente.
Falaram
da estrela e da criança recém-nascida, ninguém quis
compreendê-Ios; por isso, tomaram-se ainda mais tristes, pensando
que se tinham enganado.
Anna
Catharina descreve ainda a admiração e sensação que a caravana
dos Reis Magos causou na cidade; como Herodes, alta noite, mandou
chamar Theokenos ao palácio e convidou os Reis a virem apresentar-se
na manhã seguinte. Herodes enviou alguns criados a chamarem os
sacerdotes e escribas, que se esforçaram por sossegá-Io. Ao nascer
do dia, se apresentaram os Reis a Herodes e perguntaram-lhe onde
estava o novo rei dos judeus, cuja estrela
tinham
visto e ao qual tinham vindo adorar.
Herodes
ficou muito inquieto, informou-se mais sobre a estrela e disse-Ihes
que a profecia se referia a Belém Ephrata; aconselhou-os a irem
silenciosamente a Belém e voltarem depois a informar-lhe, pois que
também queria adorar o Menino.
Vi
sair de Jerusalém a caravana dos Reis. Vendo de novo a estrela,
deram um grito de alegria. Ao cair da noite, chegaram a Belém;então
desapareceu a estrela. Muito tempo ficaram diante das portas,
duvidando e hesitando, até que viram uma luz brilhante, ao lado de
Belém. Então tomaram o caminho para o vale da gruta, onde
acamparam.
No
entanto, apareceu a estrela por cima do outeiro da gruta e uma
torrente de luz caiu verticalmente sobre este. De repente se lhes
encheram os corações de grande alegria, pois viram na estrela a
figura luminosa da criança.
Os
três Reis Magos aproximaram-se da colina; abrindo a porta da gruta,
Mensor
viu-a
cheia de luz celeste e a Virgem sentada lá dentro, com a criança,
como a tinham visto nas visões. Anunciou-o aos outros dois.
São
José saiu-Ihes ao encontro, cumprimentando-os e dando-Ihes as boas
vindas. Então se prepararam para o ato solene que queriam fazer e
seguiram S. José. Dois jovens estenderam primeiro um tapete de pano
no chão, até a manjedoura. Mensor e os companheiros entraram,
caíram de joelhos e Mensor colocou aos pés de Maria e José os
presentes; com a cabeça inclinada e os braços cruzados, proferiu
palavras comoventes de adoração. Depois tirou do bolso uma mão
cheia de barras do tamanho de um dedo, grossas e pesadas
com
um brilho de ouro e pô-Ias ao lado da criança, nas vestes de Maria.
Tendo se retirado, com os companheiros, entrou Sair com os seus,
prostrando-se, com profunda humildade, com os dois joelhos por terra.
Ofereceu com palavras tocantes os presentes, colocando diante do
Menino Jesus uma naveta de incenso, feita de ouro puro, cheia de
pequenos grãos esverdeados de incenso. Ficou muito tempo de joelhos,
com grande devoção e amor. Depois dele se aproximou Theokenos, o
mais velho. Ficando em pé, inclinou-se profundamente e apresentou um
vaso de ouro cheio de uma erva verde; ofereceu mirra e ficou muito
tempo diante do Menino Jesus, em profunda comoção.
Os
Reis Magos estavam encantados e repassados de amor e humilde
adoração. Lágrimas de alegria caiam-lhes dos olhos; também Maria
e José derramaram lágrimas de felicidade. Aceitaram tudo,humildes e
gratos; finalmente dirigiu Maria a cada um algumas palavras afáveis.
Após
os Reis, entraram também os criados, aproximando-se, cinco a cinco,
do presépio; ajoelharam-se em roda do Menino e adoraram-no em
silêncio; finalmente entraram também os pajens.
Os
Reis Magos voltaram mais uma vez ao presépio, vestidos de amplos
mantos, trazendo turíbulos nas mãos; incensaram o Menino, Maria e
José e toda a gruta, retirando-se depois, com profunda inclinação.
Era esta a cerimônia de adoração entre aqueles povos.
No
outro dia visitaram os Reis mais uma vez o Menino e de noite vieram
despedir-se. Mensor entrou primeiro. Maria pôs-lhe o Menino nos
braços; ele chorou, radiante de alegria. Depois vieram também os
outros. Maria deu-Ihes o seu véu de presente.
Pela
meia noite viram no sono a aparição de um Anjo, avisando-lhes que
partissem imediatamente, não tomando o caminho de Jerusalém, mas o
do Mar Morto. Com incrível rapidez desapareceram as tendas; e,
enquanto os Reis Magos se despediam de São José, já o séquito
estava caminhando a toda a pressa, em três turmas, para leste, com
rumo ao deserto de Engadi, ao longo do Mar Morto. Vi o Anjo com eles
na campina, mostrando-lhes a direção do caminho; de súbito não se
avistaram mais.
O
Anjo tinha avisado os Reis bem a tempo; pois a autoridade de Belém,
não sei se por ordem de Herodes ou por próprio zelo, tinha a
intenção de prender os Reis, que dormiam na estalagem, fechá-los,
sob a sinagoga, onde havia adegas profundas e acusá-los perante o
rei Herodes de desordens públicas.
Mas
de manhã, quando se soube da partida dos Magos, estes já estavam
perto
de Engaddi, e o vale onde haviam acampado estava quieto e deserto
como dantes, nada restando do acampamento, fora algumas estacas de
tendas e os rastos do capim pisado.
Reflexão
Os
reis magos deixaram tudo que tinham para trás para encontrar Jesus.
Deixaram seus palácios, sua vida, e se lançaram numa longa jornada
em busca de Jesus. Nem sempre a viagem foi favorável. Várias vezes
se desanimaram porque a estrela sumiu, ou quase sumiu.
Assim
é nossa caminhada para Jesus. Muitas vezes partimos com vontade de
encontra-Lo. Mas no caminho existem tantas distrações que o inimigo
nos coloca que muitas vezes também desanimamos.
Aparecem
as dificuldades, os inimigos, as dúvidas que o mal semeia em nós
para que a gente desista.
Nossa
missão é continuar em frente, trilhando o caminho que Jesus nos
mostrou até o céu. Se desanimamos, se cansamos, se caímos, devemos
erguer as mãos para o céu e pedir o socorro do Senhor. Ele nunca
nos nega a Mão quando pedimos com fé e humildade.
E
assim continuamos na estrada da salvação. Porque vai valer a pena
chegar perto de Jesus. Vai valer a pena ver Jesus e poder estar com
Ele para sempre na eternidade junto com Deus, a Virgem Maria e todos
os Anjos e Santos.
Oremos
Pai
Nosso, Ave Maria, Glória. Sinal da cruz.
Convite
para a Missa do Galo e a Missa de Natal.
Cântico
final.
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