A grande porta aberta para os tormentos do purgatório quando pela misericórdia não se precipitam muitas almas no pecado grave e no inferno, é a tibieza e o seu sintoma certo o pecado venial. Meditemos um pouco o mal da tibieza para vermos como é arriscado viver assim, sem procurar uma vida fervorosa, arriscando a própria salvação e preparando um horrível purgatório depois da morte. Vejamos o que é a tibieza:
A tibieza define-a Santo Afonso pelo que a caracteriza: o pecado venial.
A tibieza, diz o Santo Doutor, é o hábito do pecado venial plenamente voluntário.
“A tibieza é o hábito não combatido do pecado venial, ainda que seja um só. É um hábito fundado num cálculo implícito:
— Esta falta não ofenderá a Nosso Senhor gravemente, não me há de condenar. Pois vou cometê-la.
É um hábito dificílimo de se desarraigar da alma. E um hábito muito espalhado, sobretudo entre as pessoas que fazem profissão de piedade e entre as almas consagradas a Deus”.
É uma doença espiritual e das mais graves e perigosas. É o verme roedor da piedade. Micróbio terrível! Mina o organismo espiritual, sem que o enfermo o perceba. Enfraquece a pobre alma. Amortece as energias da vontade. Inspira horror ao esforço. Afrouxa a vida cristã. Espécie de langor ou torpor, diz Tanquerey, que não é ainda a morte, mas que a ela conduz sem se dar por isso, enfraquecendo gradualmente as nossas forças morais. Pode-se compará-la a estas doenças que definham, como a tísica, e consomem pouco a pouco algum dos órgãos vitais. É uma sonolência, um sistema de acomodações na vida espiritual.
Há muitos sinais de tibieza, mas o que a caracteriza é o pecado venial deliberado e habitual. Vejamos a malícia do pecado venial, que é tão castigado no purgatório e que é causa de tantos suplícios das pobres almas:
Embora em grau inferior, o pecado venial oferece, todavia, as mesmas características de malícia que o pecado mortal.
A rainha Maria Teresa, de França, esposa de Luiz XIV, chorava uma falta venial. A delicada consciência da princesa a deixava inconsolável.
— Como? — Disseram-lhe — tanta lágrima por uma falta leve, um pecado venial?!
— Sim, pode ser venial, mas é mortal para o meu coração!
Tudo quanto ofende a Nosso Senhor nunca é leve ou coisa de somenos importância para uma alma fervorosa. E o pecado venial é uma ofensa a Deus. Há nele três circunstâncias agravantes:
1. Uma injuria à Majestade Divina.
2. Revolta contra a Autoridade de Deus.
3. Ingratidão à Bondade Eterna.
Quem comete facilmente o pecado venial, dificilmente escapará dos pecados mortais, afirmam experimentados mestres da vida espiritual.
“Por um justo castigo de Deus, diz Santo Isidoro, os que fazem pouco caso dos pecados veniais, das faltas leves, vêm a cair um dia nos maiores pecados”
Santo Agostinho tem uma frase que deve merecer de nós sérias reflexões: O pecado mortal é uma montanha que esmaga, que mata, e os pecados veniais, grãos de areia. Acontece, porém, que o desprezo das faltas leves faz com que a alma venha a perecer como estes infelizes, que morrem sufocados sob um montão de areia. É verdade que só o pecado mortal dá morte à alma, e os pecados veniais, por mais numerosos que sejam, não nos podem tirar a graça santificante. Mas, diz São Gregório, o hábito dos pecados veniais tira aos nossos olhos a malícia do pecado grave, e em breve não receamos passar das faltas mais leves aos maiores pecados.
Na Paróquia Sagrada Face de Tours rezamos o Terço das Almas do Purgartório toda 2ª feira. Esse Terço pode ser rezado todos os dias.
Para receber indulgência por uma Alma do Purgatório – ou pelas Almas abandonadas - faça uma visita ao cemitério em qualquer dia da semana.
Reze 1 Ave Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória pelas Almas; e depois reze 1 Ave Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória nas intenções do Santo Padre, São Bento XVI.
Acesse o link e reze o Terço das Almas do Purgatório com a gente:
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