OS PIRATAS E O ROSÁRIO

 


Refere-se ao religioso dominicano Padre Santa Maria de Ulloa, que viajando ele em 1669 em um galeão espanhol do Peru a Guatemala, encontraram-se, o que aliás era frequente naqueles tempos, com um navio corsário que atacava e saqueava os navios mercantes.

O capitão do navio em que viajava padre Ulloa, perlustrava o horizonte quando lhe chamou a atenção um navio de aspecto imponente, de amuradas muito altas e velas até os topos dos três mastros. Desde logo viu que era um navio pirata, e disse ao padre Ulloa:

    — Padre, se estalasse aqui uma tormenta a quem nos encomendaríamos?

    — Pois, como fez sempre na sua vida no mar, é a Nossa Senhora.

    — Mas na tormenta que se aproxima, não tenho muita fé.

    — Que tormenta é esta que o faz duvidar do poder da Mãe de Deus?

    — Veja aquele navio, é um corsário muito bem armado e vem a toda velocidade.

    — Contudo não será mais invencível que a esquadra turca, vencida em 1571 por uma frota muito inferior, mas fortalecida pela recitação do Rosário.

    — Sei disto, mas nós temos apenas 20 homens e um canhãozinho que alcança apenas 600 passos.

    — E estes canhões? disse o religioso, tirando do bolso um punhado de Rosários, dos quais em suas viagens sempre levava boa provisão.

    — São bons, mas eu queria ter canhões de verdade, como têm os piratas.

    — Homem de pouca fé, logo mudará de opinião. Tenha fé no Rosário cujas Ave-Marias chamarão do céu legiões de combatentes.

    — Mas para mim é só ver para crer.

Entretanto, o banco pirata vinha à toda velocidade abordar o navio mercante. De dentro do barco uma voz estentórea gritou:

    — Homens do navio, entregai-vos e vos garantimos a vida.

Conta em seus escritos o zeloso missionário da América e das Antilhas que o capitão ficou tão desorientado que corria para cá e para lá sem nada determinar. Então o padre, vendo que era hora de agir, deu a cada marinheiro um Rosário e recomendou que gritassem Ave-Maria a cada disparo do navio corsário e a cada tiro que eles dessem com o canhãozinho. Vendo os piratas que os do navio não respondiam, prepararam o ataque. Numerosos, e acostumados a travar combates, acercaram-se dos canhões e a mesma voz, que intimará a rendição, comandou: fogo!

No meio de um estrondo horrível os canhões inimigos lançaram uma tempestade de projéteis. Mas um só acertou e feriu o capitão descrente que caiu e teve de ser retirado. Padre Ulloa assumiu o comando para continuar o combate aos gritos da Ave-Maria a cada disparo dos inimigos.

O canhãozinho funcionava sem parar e a cada disparo acompanhavam as Ave-Marias da tripulação. Ouviam-se os estragos que fazia, misturados com as imprecações dos atacantes que caiam feridos e não podiam compreender como é que as balas desfechadas por seus guerreiros adestrados se perdiam ao longe, ao passo que o canhãozinho estava arrasando a ele, os piratas e seu navio “Águia Negra”, conhecido em todos os mares.

O capitão dos piratas, arrancando a barba de furor, mandou virar o navio e içar as velas e fugiu a toda pressa, derrotado pelo santo Rosário, mas atribuindo a culpa aos seus artilheiros que ele ameaçou de enforcar.

Os tripulantes do navio mercante, à vista de sua esplendida vitória, puseram-se todos de joelhos e rezaram o Terço para agradecer à Mãe de Deus o milagroso triunfo que por sua proteção alcançaram.

E chegando ao primeiro porto, foram em procissão à Igreja para render solenes graças à Virgem Rainha do Rosário.

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