Dia de Finados: os Fiéis Defuntos
Meditação para o dia 02 de Novembro
É o dia dos fiéis defuntos em toda Igreja. Uma lembrança dos que já passaram e dormem o sono da paz. Qui dormiunt in somno pacis.
Toda a Liturgia recorda o dogma do purgatório e pede-nos orações pelos nossos mortos. A Igreja se cobre de luto e os sacerdotes podem, neste dia, celebrar três vezes o Santo Sacrifício. As multidões afluem aos cemitérios. É a lembrança de nossos mortos despertada. Avivam-se as saudades. Finados! Dia dos mortos! Lembramo-nos deles apenas com algumas flores e umas lágrimas que com o tempo se vão estancando, ou procuramos sufragar-lhes as pobres almas que talvez ainda estejam sofrendo no purgatório? Este dia nos foi dado pela Igreja, não para as pompas e manifestações de um sentimentalismo estéril, mas para sufrágio dos mortos. Como se esquecem disto muitos cristãos! Multidões que enchem os cemitérios, sorrindo e até brincando muitas vezes, sem orações, sem um pensamento sobrenatural dos mortos! Santifiquemos este dia. Seja, sim, o dia da nossa saudade, mas principalmente seja o do nosso sufrágio.
A Igreja, nossa Mãe, neste dia abre-nos os tesouros das suas indulgências em favor dos mortos. Permite a celebração das três Santas Missas desde a Constituição Apostólica de 15 de Agosto de 1915, de Bento XV. Duas Missas pertencem: uma aos fiéis defuntos em geral e outra nas intenções do Sumo Pontífice. Concede uma grande indulgência, semelhante à da Porciúncula, em favor dos defuntos. Aos que visitarem uma igreja ou oratório público ou semi-público, indulgência plenária cada vez aos que entrarem na igreja e rezarem seis Pai-Nossos e seis Ave-Marias nas intenções do Sumo Pontífice, contanto que tenham se confessado e recebido a Santa Comunhão. (P. P. O. 544.) (1)
Que tesouro de indulgência em favor das pobres almas! Mais ainda, todas as Santas Missas celebradas no dia de finados pelos mortos, e durante a oitava gozam do altar privilegiado. A visita ao cemitério também neste dia tem uma indulgência plenária. Porque nos abre assim a Igreja estes tesouros? Para nos estimular a devoção aos mortos e o zelo pelo sufrágio das almas.
Tudo no Ofício Divino deste dia nos fala da miséria humana, pelas lamentações dolorosas de Jó, e repetem gemidos que parecem vir das profundezas do abismo: Miseremini mei! Miseremini mei! Saltem vos amici mei quia manus Domini tetigit me! Tende piedade de mim, tende piedade de mim, pelo menos vós que sois meus amigos, porque a mão de Deus me feriu. Sim, a mão da Justiça de Deus feriu as pobres almas para santificá-las, purificá-las e torná-las dignas do céu.
Com a Igreja, nossa Mãe vestida de luto, vamos chorar nossos mortos, e, rezando por eles, reafirmar nossa fé na imortalidade de nossa alma e na ressurreição da carne. Digamos de coração: Requiem aeternam dona eis Domine, et lux perpetua Iuceat eis. Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, e brilhe para elas a luz perpétua!
Origem do Dia dos Mortos
A oração pelos mortos é tão antiga como a Igreja, ou como está já provado, tão antiga como o Antigo Testamento, pois quem não se recorda da oração e dos sacrifícios ordenados por Judas Macabeus e a expressão: é útil e salutar orar pelos mortos? Sempre na Igreja se fizeram preces e foi oferecido o Augustíssimo Sacrifício dos Altares pelo alívio dos mortos. Todavia, não existiu sempre um dia especialmente dedicado aos sufrágios e à lembrança piedosa dos fiéis defuntos. A comemoração dos fiéis defuntos de 2 de Novembro vem do tempo de Santo Odilon, célebre abade de Cluny de 994 a 1049. Antes deste grande Santo, já muitos mosteiros tinham um dia especialmente consagrado ao sufrágio dos monges falecidos, segundo se depreende dos martirológios e necrológios. Eram comemorações reservadas apenas ao Mosteiro, em caráter particular. A iniciativa de Santo Odilon consistiu em estender a todos os fiéis defuntos os benefícios e sufrágios destas comemorações particulares e reservadas só aos monges de determinados mosteiros.
Segundo o monge Jotsald na obra “De vita et virtutibus sancti Odilonis abbatis”, houve um fato extraordinário que determinou esta comemoração geral. Um peregrino de Rodez, que conhecia muito bem as virtudes e os trabalhos de Santo Odilon, na volta de uma peregrinação a Jerusalém, naufragou e foi dar numa ilha deserta. Lá teve umas visões misteriosas de grandes incêndios, e ouvia gritos e gemidos de pobres almas do purgatório que diziam:
“Somos aliviadas pelas orações e pela caridade do servo de Deus Odilon e pelos monges de Gluny”
O peregrino logo que se viu salvo, procurou o Mosteiro de Cluny e contou o que ouvira. Donde a origem da comemoração dos mortos, pois Santo Odilon daí por diante trabalhou para estendê-la a toda a Igreja. No século XI já era conhecida e praticada em toda Igreja do Ocidente. Com o tempo foi se tornando mais solene, até que nos últimos anos obteve os ricos tesouros de indulgências e missas de que já falamos.
Na vida de Santo Odilon, tirada das Acta Sanctorum ordinis Sancti Benediciti, se encontra o decreto da Instituição da Comemoração dos Mortos. Ei-lo:
“Pelo nosso beato Pai Dom Odilom e consentimento e súplica de todos os padres de Cluny, foi decretado: ‘Como nas igrejas de Deus que se erguem em todo o orbe terrestre se celebra no dia das kalendas de Novembro a festa de Todos os Santos, assim entre nós se fará, segundo o costume das festas, comemoração de todos os fiéis defuntos que viveram desde o começo do mundo até o fim, de tal maneira: no mesmo dia acima dito, depois do Capítulo farão esmola de pão e vinho a todos os pobres que aparecerem como é costume fazer na ceia do Senhor. Neste mesmo dia, depois da assembleia das Vésperas, soarão todos os sinos e se cantarão as Vésperas pelos defuntos. No dia seguinte, depois de Matinas, tocarão de novo todos os sinos e se fará o ofício pelos defuntos, etc’”
E desde então começou, até ser hoje o que vemos, a Solenidade da Comemoração dos Fiéis Defuntos.
Resoluções
Façamos o propósito de guardar bem as lições deste dia, gravadas em nossa alma.
A lembrança dos mortos há de ser embalsamada pelo perfume da oração e a caridade do sufrágio. Seja o Dia de Finados o dia da nossa grande dedicação para com os mortos. Ouvir a Santa Missa, receber a Santa Comunhão e visitar o cemitério, se possível. Podemos carinhosamente adornar de flores os túmulos queridos. Todavia, que estas flores simbolizem a nossa oração e venham depois ou juntas com nossos sufrágios. Flores e lágrimas sentimentais e estéreis, nada aproveitam aos mortos, já o dissemos e repetimos. Não se deixe o essencial pelo acessório. O útil pelo supérfluo. Vamos ao cemitério sem vaidades e com espírito de fé. Lá procedamos como verdadeiros cristãos, com todo respeito. Meditemos seriamente em nosso destino eterno. Digamos como São Camilo de Lellis:
“Ó, se estes que aqui estão nos túmulos pudessem voltar, como haviam de ser santos e trabalharem pela sua salvação! Estes já foram e eu também irei um dia! Mais tarde me visitarão também num cemitério!”
Estou preparado? A morte virá quando eu menos pensar. Meu Deus! Tende piedade daqueles que talvez estejam sofrendo no purgatório por minha causa!
Enfim, quanta reflexão grave e decisiva não pode nos vir num cemitério!
São Silvestre, abade, se converteu e se santificou à vista do cadáver em corrupção, cadáver de um grande amigo que viu ele num túmulo aberto, em estado lamentável de corrupção. A oração do Santo no Breviário, lembra esta passagem quando assim reza:
“Ó clementíssimo Deus, que vos dignastes chamar à solidão o Santo abade Silvestre, quando ele meditava piedosamente sobre a vaidade deste mundo, em um túmulo aberto, assim como o ornastes com os méritos de uma vida ilustre, humildemente vos suplicamos que imitando o seu exemplo, desprezemos os bens terrenos a fim de gozarmos eternamente a vossa companhia”
É o que precisamos fazer no dia dos mortos: contemplar os túmulos e procurar a solidão de uma meditação grave. Pensarmos em nossa vida futura. Não é mister que se abram os túmulos e presenciemos, como São Silvestre, o espetáculo horrível da corrupção a que havemos de chegar um dia. Sobre os túmulos fechados há muito que meditar, há muita lição que aprender num cemitério! Tomemos a resolução, pois, repito, de visitarmos os mortos para aprendermos a viver. Façamos do dia de finados o dia da nossa grande e generosa caridade para com os fiéis defuntos.
Rezemos todos os dias pelas Almas do Purgatório!
Acesse o link e reze com a gente:
https://youtu.be/Bx7IH7GONCc
Mais sobre o Purgatório no livro TENHAMOS COMPAIXÃO DAS ALMAS DO PURGATÓRIO que está na Loja Sagrada Face: https://www.lojasagradaface.com.br/produtos/tenhamos-compaixao-das-almas-do-purgatorio/
Na
Paróquia Sagrada Face de Tours rezamos o Terço das Almas do Purgatório
toda 2ª feira. Esse Terço pode ser rezado todos os dias.
Para
receber indulgência por uma Alma do Purgatório – ou pelas Almas
abandonadas - faça uma visita ao cemitério em qualquer dia da semana.
Reze
1 Ave Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória pelas Almas; e depois reze 1 Ave
Maria, 1 Pai Nosso e 1 Glória nas intenções do Santo Padre, São Bento
XVI.
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Reze o Santo Terço todo dia Ao Vivo na Hora do Terço com a paróquia das igrejas domésticas.
Paróquia Sagrada Face de Tours:
Canal no youtube: www.capeladasagradaface.com.br
Reze com a paróquia das igrejas domésticas.
- Terço da Misericórdia: 14:50h
- Liturgia das Horas: 6h - 12h - 18h - 21:30h
- Exorcismo de São Miguel: 3h e 6:30h
- Terço da Sagrada Face: meia-noite
- Terços e orações: às 7h e 21h
Paróquia Sagrada Face de Tours: o dia todo rezando com você
Uma paróquia de leigos para leigos, criada por Nosso Senhor.
Prof. Emílio Carlos
Pároco Leigo
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