O SANTO QUE FOI PRESO PELOS ÍNDIOS - São José de Anchieta - 9 de junho

 

Padre José de Anchieta
Confessor – 9 de junho
Apóstolo do Brasil – Missionário Jesuíta

 Vida e missão
José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534, em San Cristóbal de La Laguna, Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), numa família nobre. Muito jovem, foi estudar em Coimbra, onde se destacou pela inteligência e virtude. Ainda estudante, ofereceu-se à Companhia de Jesus, recém-fundada, e foi enviado ao Brasil em 1553, com apenas 19 anos, já sofrendo com sérios problemas de coluna, os quais oferecia a Deus em contínua penitência.
No Brasil, viveu em extrema pobreza entre os índios e colonos. Logo aprendeu a língua tupi e tornou-se mestre insigne do idioma, criando inclusive uma gramática e um catecismo em tupi, para instrução dos neófitos. Sua missão era evangelizar os índios, mas também apaziguar conflitos e ensinar a doutrina com amor e firmeza.

Espírito de penitência e dons místicos
Anchieta impunha a si mesmo austeridades extremas, mesmo quando o calor tropical e suas dores físicas exigiam o contrário. Dormia pouco, jejuava com frequência, andava descalço, enfrentava longas caminhadas e perigos mortais. Seus contemporâneos relatam que vivia em espírito de oração constante, com frequentes êxtases.
Durante uma missão em Iperoig (hoje Ubatuba – SP), ficou refém dos índios tamoios por vários meses, sem armas ou proteção. Ali converteu muitos pelo exemplo de doçura e paciência. Ali também escreveu um poema de mais de 4 mil versos em latim, em honra à Virgem Maria, escrevendo na areia da praia e guardando os versos na memória.
Em várias ocasiões, era visto em profunda contemplação, com o rosto transfigurado, e alguns indígenas afirmavam ter visto luz sobrenatural ao seu redor durante a Missa ou as pregações.

Milagres 
Diversos milagres foram registrados, tanto em vida quanto após sua morte:
    • Curas inexplicáveis de doentes e possessos, obtidas por sua intercessão direta.
    • Travessias milagrosas de rios e florestas perigosas, sendo guiado por vozes celestes ou protegido por animais.
    • Após sua morte, índios e colonos recorriam ao seu túmulo e testemunhavam graças e prodígios de cura, libertação e conversão.

Amante da Eucaristia e da Virgem Maria
Anchieta era conhecido por passar horas diante do Santíssimo, mesmo à noite, e por celebrar a Missa com visível fervor místico, muitas vezes com lágrimas. Em sua devoção à Mãe de Deus, escreveu inúmeros versos poéticos, chamando-a de “Rainha da Terra de Santa Cruz”.
Disse certa vez:
“Se todas as criaturas me perseguissem por causa da Mãe de Deus, sofreria com alegria, pois não há glória maior do que pertencer a Ela.” 

Exemplo para a Igreja Doméstica
“Anunciai entre as nações a glória do Senhor, e entre todos os povos as suas maravilhas.” (Salmo 95, 3)
Padre Anchieta é para o remanescente católico nestes tempos um modelo de:
    • Evangelização heroica com fé e mansidão, mesmo em terras hostis;
    • Confiança sobrenatural nas dificuldades, sem jamais murmurar;
    • Amor ardente à Eucaristia e à Virgem Maria, mesmo em meio a provações constantes;
    • Caridade desarmada, num mundo cada vez mais violento contra os que não têm a marca da besta.

 A Igreja Doméstica precisa de missionários com o espírito de Anchieta: formadores de famílias católicas em meio ao paganismo moderno.

Oração a São José de Anchieta
Ó servo fiel de Cristo,
que cruzaste oceanos para anunciar o Nome de Jesus,
fortalece-nos em nossa pequena missão doméstica.
Tu que soubeste unir oração e ação,
ensina-nos a viver na presença de Deus, mesmo entre perigos e dores.
Que a tua intercessão nos proteja
nesta hora em que a fé verdadeira é atacada por todos os lados.
Beato José de Anchieta, apóstolo da Terra de Santa Cruz, rogai por nós!
Amém.

Meditação do dia 

“Todos os perigos se vencem com oração, paciência e confiança em Deus.” – Pe. José de Anchieta

Paróquia Sagrada Face de Tours:

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Prof. Emílio Carlos

Pároco Leigo