O SANTO QUE CARREGOU A CABEÇA CORTADA – 9 de outubro
9 de outubro — São Dionísio, o Areopagita
Místico da Luz Divina e discípulo do Amor Crucificado
Em meio ao Areópago de Atenas, onde tantos filósofos buscavam sabedoria nas palavras humanas, um homem ouviu, com o coração aberto, a voz do Apóstolo Paulo falar do Deus desconhecido. Era Dionísio, membro do conselho dos sábios gregos, homem culto, mas que ansiava por algo além da razão — ansiava por Deus vivo e verdadeiro.
A graça o tocou profundamente quando São Paulo anunciou a ressurreição de Cristo. Ali, naquele instante silencioso entre a dúvida e o assombro, Dionísio sentiu a Luz inacessível invadir sua alma. Ele deixou o mundo das discussões humanas e seguiu o apóstolo, tornando-se um dos primeiros frutos da fé em solo grego.
Do filósofo ao contemplativo
Batizado por São Paulo, Dionísio se tornou discípulo fiel da Igreja nascente. Viveu profundamente unido à oração e à contemplação dos mistérios divinos. Para ele, o verdadeiro conhecimento não estava em especular sobre Deus, mas em deixar-se envolver pela Sua luz e pelo silêncio do mistério.
Na tradição cristã, Dionísio foi visto como o autor de textos de uma profundidade mística sem igual, onde descreve as hierarquias celestes, a teologia simbólica e a via purificadora da alma. Seja o verdadeiro Dionísio do Areópago ou um discípulo posterior que escreveu sob seu nome, a mensagem é a mesma: Deus é Luz sobre toda luz, e o caminho para Ele é o da humildade e do amor ardente.
A mística da Luz Divina
São Dionísio ensina que Deus, embora invisível e incompreensível, se revela em todas as coisas criadas — mas, ao mesmo tempo, ultrapassa toda imagem e palavra. A alma que deseja ver a Deus deve purificar o coração e entrar na noite da fé, onde o brilho humano se apaga e só a Luz de Cristo permanece.
Ele chama essa experiência de “teologia mística”: não se trata de compreender Deus, mas de ser tomado por Ele, mergulhar na claridade do amor que cega e ilumina ao mesmo tempo. É o caminho dos santos, dos anjos, dos que vivem para louvar e adorar.
Testemunha do Amor até o martírio
Segundo a tradição, Dionísio foi consagrado bispo e enviado à França, onde pregou o Evangelho com zelo apostólico. Em Paris, selou sua fé com o martírio, tornando-se o primeiro bispo e protetor daquela cidade.
Deu-se então o fato extraordinário:
o corpo de São Dionísio, já decapitado, levantou-se, tomou nas mãos a própria cabeça e caminhou com ela por cerca de dois mil passos, até chegar ao Montmartre, onde mais tarde se construiu uma igreja em sua honra.
Os corpos dos mártires foram lançados pelos pagãos ao rio Sena, mas uma piedosa mulher, de nome Catula, mandou retirá-los das águas e deu-lhes honrosa sepultura no lugar para onde São Dionísio havia levado sua cabeça.
Santa Genoveva mandou erguer uma nova igreja sobre as ruínas da primeira, perpetuando assim a memória do santo bispo e mártir.
Assim, o antigo filósofo de Atenas terminou sua vida como mártir e místico, consumido pela mesma Luz que o convertera. Sua alma, toda entregue à contemplação da glória divina, entrou na Jerusalém Celeste — a verdadeira morada da Sabedoria.
São Dionísio é contado entre os catorze santos auxiliares, invocados especialmente em tempos de aflição e perigo.
Oração a São Dionísio, o Areopagita
“Ó São Dionísio, mestre da luz interior e amante do Mistério Divino,
alcançai-nos o dom da contemplação e da fé viva.
Que, como vós, busquemos não compreender Deus, mas amá-Lo,
e deixemos que Ele mesmo nos envolva em Sua luz eterna.
Amém.”
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Prof. Emílio Carlos
Pároco Leigo
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