A SANTA QUE FOI EXPULSA DO CASTELO - 19-11

 


A SANTA QUE FOI EXPULSA DO CASTELO - 19-11
19 de novembro — Santa Isabel de Turíngia 

A princesa pobre de Cristo, flor da caridade medieval
Santa Isabel de Turíngia (ou da Hungria), nascida em 1207, é uma das figuras mais luminosas da Idade Média. Filha de reis, educada em palácios e destinada à nobreza, ela escolheu — movida por uma graça irresistível — descer voluntariamente até o nível mais humilde dos pobres. Sua vida é um evangelho vivo, um hino ardente de caridade que atravessou os séculos como perfume que não se dissipa.

Infância ungida pela graça
Desde sua infância no castelo de Pressburgo, notava-se em Isabel algo que não podia ser explicado apenas pela boa educação: havia nela uma delicadeza sobrenatural, uma inclinação espontânea para Deus. Costumava desaparecer das brincadeiras para rezar diante do crucifixo e, às vezes, era encontrada em lágrimas, contemplando os sofrimentos de Cristo.
Aos quatro anos, foi prometida em casamento ao jovem Luís, herdeiro da Turíngia, e enviada para ser educada na corte alemã. Ali encontrou um ambiente rico, elegante, mas também permeado de ambições e vaidades — um mundo no qual ela jamais se deixou moldar.

O amor santo que Deus selou
Luís e Isabel cresceram juntos e, contra toda expectativa política, desenvolveram um amor verdadeiro, puro e profundamente cristão. São raríssimos, na história medieval, casamentos tão belos e harmoniosos. Luís não apenas admirava a piedade da esposa: ele a protegia. Quando a corte murmurava ao ver a jovem princesa repartindo o pão dos banquetes com mendigos, Luís respondia:
“Enquanto ela não me tirar o meu reino, estou contente. E mesmo que tirasse, Deus nos daria outro.”
A união deles foi coroada por três filhos. Isabel realizou plenamente sua vocação de esposa e mãe — e, ao mesmo tempo, floresceu na caridade como um brasão vivo da Igreja na corte alemã.

A caridade que escandaliza os poderosos
Movida por um amor ardente, Isabel não suportava o sofrimento alheio. Distribuía roupas, moedas, alimentos; abria os cofres reais para socorrer viúvas, órfãos e doentes; e chegava ela mesma a lavar feridas repugnantes, beijando as mãos dos enfermos. Para ela, Cristo estava verdadeiramente ali: “Nunca atendam a um pobre como pobre”, dizia. “Atendam-no como Nosso Senhor.”
A corte murmurava, irritada: “É exagero! Indigno de uma princesa!”
Mas Isabel, iluminada, respondia apenas com mais humildade e mais amor.
O famoso Milagre das Rosas ocorreu nesse clima de vigilância hostil. Certa vez, Luís encontrou Isabel descendo a encosta com o avental cheio. “O que carregas?” — perguntou. A princesa, temendo retaliações da corte, respondeu: “São flores, meu senhor.”
E, ao abrir o manto — no rigor do inverno — ali estavam rosas frescas, perfumadas, impossíveis. Deus mesmo testemunhava a santidade dela.

O golpe que abriu seu Calvário
Mas o esplendor de sua vida sofreu um golpe devastador. Em 1227, Luís foi convocado para a Cruzada. Isabel, aos prantos, entregou-o a Cristo. Pouco depois, chegava a notícia amarga: Luís havia morrido de febre em Otranto, antes mesmo de chegar ao campo de batalha.
A jovem viúva, com apenas 20 anos, viu seu mundo ruir.
Os parentes, ambiciosos, a expulsaram do castelo em plena noite, com seus filhos pequenos, sem bens, sem proteção. Isabel, a princesa caridosa, tornou-se súbita mendiga — mas aceitou tudo como vinda de Deus. Foi vista rezando em uma igreja vazia, deitada sobre pedras frias, dizendo:
“Meu Deus, agora compreendo: Vós sois tudo.”

A entrega total a Cristo pobre
Após o retorno do corpo de Luís e a restituição de parte de seus direitos, Isabel recusou qualquer vida de luxo e fez um voto de pobreza radical, inspirada por São Francisco de Assis — embora nunca tenha sido formalmente terceira franciscana, como se costuma repetir.
Fundou um hospital de duzentos leitos e servia ela mesma aos doentes mais repulsivos, entregando-se por inteiro. Trabalhava sem descanso, jejuava longamente, rezava em silêncio e operava pequenas obras de misericórdia que ninguém via, exceto Deus.
Seu diretor espiritual, o severo frei Conrado, exigia duras penitências. Isabel as aceitava todas com alegria sobrenatural.

A morte como suave visita
Aos 24 anos, atingida por febres e exaustão, ela sentiu aproximar-se a hora da partida. Pediu que cantassem o Veni Creator Spiritus e entregou sua alma a Deus em santa paz, luminosa, como lâmpada que se apaga suavemente ao amanhecer.
Milagres começaram imediatamente após sua morte, e em apenas quatro anos, a Igreja a canonizou — fato raríssimo — reconhecendo nela um modelo perfeito de caridade cristã.

Espelho da caridade e mestra dos pobres
Santa Isabel de Turíngia é a santa que mostra ao mundo que a verdadeira grandeza não está na coroa, mas na humildade; não nos títulos, mas no serviço; não na riqueza, mas na entrega.
Ela ensina que a caridade não é filantropia, nem gesto social — é amor sacrificial, é ver Cristo nos pobres. Seu perfume de santidade ainda hoje atravessa os séculos, chamando-nos à conversão.

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Prof. Emílio Carlos

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