O SANTO QUE TEM O TÚMULO NO FUNDO DO MAR - 23-11

 


O SANTO QUE TEM O TÚMULO NO FUNDO DO MAR - 23-11
São Clemente de Roma
Terceiro Sucessor de Pedro, Mártir e Pai Apostólico
(23 de novembro – Memória)

Entre as figuras mais veneráveis da Igreja nascente, resplandece, como coluna firme e luminosa, São Clemente de Roma, sucessor dos apóstolos, mestre de doutrina, defensor da unidade e mártir corajoso. A Tradição o reconhece como o terceiro sucessor de São Pedro, depois de Lino e Cleto, e sua vida é como um elo dourado que une o tempo dos Apóstolos ao futuro da Igreja. 

Origem e Conversão
Clemente teria nascido em uma família nobre de Roma, educado nas letras, na filosofia e nas instituições do Império. Sua alma, entretanto, buscava mais profundamente a verdade. Em meio ao esplendor romano — tão cheio de deuses, mas tão vazio de Deus — ele ouve falar de homens humildes que anunciam um Carpinteiro crucificado, ressuscitado e vivo.
A Tradição narra que Clemente encontrou os apóstolos Pedro e Paulo ainda em vida, e que foi profundamente iluminado por suas palavras. Não buscava uma filosofia entre muitas, mas a Verdade absoluta. E nela encontrou um nome: Jesus Cristo, único Senhor e Salvador.
Clemente recebeu o batismo das mãos de Pedro ou de seus discípulos, tornando-se um fiel ardoroso. Com o tempo, sua sabedoria, prudência e espírito de paz o farão ser reconhecido por toda a comunidade cristã.

O Papado de Clemente
Após o martírio dos dois Príncipes dos Apóstolos, a Igreja em Roma atravessava tempos turbulentos: perseguições externas e divisões internas. Clemente, eleito bispo por inspiração divina e aclamação do povo santo, assumiu a missão como um pai diante de filhos dispersos.
Governou com mansidão apostólica, firmeza doutrinal e amor incansável. Era conhecido por sua humildade profunda, de tal modo que os antigos diziam que ele governava “como quem serve”, ecoando o próprio Cristo.
Seu nome aparece no Cânon Romano (“comunicantes”), testemunho antigo do respeito e veneração da Igreja universal.

A Epístola aos Coríntios
A obra principal de São Clemente — e a mais antiga escrita cristã após o Novo Testamento — é a célebre Carta aos Coríntios.
Os fiéis de Corinto atravessavam uma grave divisão, semelhante àquela que São Paulo havia combatido décadas antes. Ouviu-se que jovens presbíteros haviam sido injustamente depostos, e o povo estava em contenda.
A Igreja de Roma, ainda que perseguida, intervém por caridade, e Clemente escreve uma carta que se tornou modelo de doutrina, disciplina e santidade.
Nesta epístola, Clemente:
    • Exorta à unidade como dom precioso de Cristo.
    • Ensina que a autoridade na Igreja vem de Deus, através da sucessão apostólica.
    • Proclama a necessidade da caridade fraterna, da obediência e da paz.
    • Apresenta o Cristianismo como uma ordem divina, viva e harmoniosa.
A carta é tão sublime que, durante séculos, muitos a liam nas assembleias litúrgicas como se fosse escritura.

Virtudes e Milagres
Profundamente humilde, Clemente buscava ocupar o último lugar. Amava os pobres, consolava os perseguidos e visitava os confessores aprisionados.
A tradição preservou também que suas palavras tinham a força de apaziguar corações turbulentos e que sua presença devolvia esperança aos aflitos.
Sua fama era tão grande que os próprios pagãos se admiravam:
“Este homem fala como quem conhece o Deus verdadeiro.”

O Martírio
Durante o reinado de Trajano, a perseguição recrudesceu. Ser cristão era considerado crime contra o Estado. Clemente, como líder visível dos fiéis, foi preso e enviado ao exílio nas pedreiras da Crimeia, onde os condenados trabalhavam até a morte.
Ali, o bispo tornou-se pastor dos desesperados: converteu, batizou, consolou e transformou as minas em pequenas igrejas subterrâneas.
Por meio de sua oração, narra a tradição, uma fonte jorrou no deserto pedregoso, alimentando os trabalhadores sedentos — sinal da água viva que Cristo dá aos que creem.
A conversão em massa enfureceu os governadores. Trajano ordenou que Clemente fosse executado para que o nome de Cristo deixasse de ser proclamado.
Amarraram-no a uma grande âncora de ferro e o lançaram ao mar Preto. Assim, o pastor de Roma entregou sua alma àquele Cristo que tanto amara.
Quando os algozes se afastaram o mar retrocedeu a uma certa distância; então os cristãos encontraram seu corpo intacto num ataúde em um templo de mármore branco formado milagrosamente no fundo do mar tendo a âncora pesada ao lado. Quando os fiéis quiseram tirar o corpo dali o Senhor não permitiu e disse que deixassem o corpo descansar ali no lugar do martírio onde seria revelado quando as águas se retraíam anualmente — sinal da divina aprovação do martírio do santo.
A âncora tornou-se seu símbolo e recordação de sua esperança inabalável.

Veneração e Legado
São Clemente é contado entre os Pais Apostólicos, testemunhas diretas da fé transmitida pelos Apóstolos.
Seus méritos incluem:
    • Defender a unidade da Igreja
    • Confirmar a doutrina da sucessão apostólica
    • Ser exemplo de caridade pastoral
    • Suportar o exílio e a morte por Cristo
    • Deixar à Igreja uma das joias literárias do cristianismo primitivo
Seu nome ecoa no Cânon da Missa como um dos santos mártires ilustres que rodeiam o altar do Cordeiro.
Que sua vida nos recorde que a Igreja é apostólica, construída sobre a rocha da fé, e que Cristo jamais abandona os que permanecem unidos sob o cajado do pastor legítimo.

Meditação para o dia
“Cantarei ao Senhor toda a minha vida.”
Hoje, escolha um cântico mariano ou um salmo e reze cantando, mesmo que em silêncio interior.
Ofereça esse canto como Cecília ofereceu sua vida inteira: como perfume de louvor ao Cordeiro.

Paróquia Sagrada Face de Tours:

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Uma paróquia de leigos para leigos, criada por Nosso Senhor.

Prof. Emílio Carlos

Pároco Leigo






 

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