A FARSA DO PAPAI NOEL



A FARSA DO PAPAI NOEL

Quando a mentira se fantasia de bondade
Chegamos a um ponto em que já não se tolera mais a confusão. Em nome de uma falsa “inculturação”, setores modernistas da igreja atual tentam afirmar que “tudo bem, Papai Noel é São Nicolau”. 
Essa afirmação não é apenas ingênua. Ela é teologicamente errada, historicamente falsa, espiritualmente nociva e moralmente injusta com os pais. Estamos diante de uma farsa travestida de tradição cristã, quando na verdade se trata de um produto do paganismo moderno aliado ao capitalismo publicitário.
São Nicolau é um santo. Papai Noel é um personagem mitológico, comercial, esotérico e profano. Misturar os dois é uma grave injustiça contra a Igreja, contra a verdade histórica, contra os pais e, sobretudo, contra o próprio Deus.

Quem foi realmente São Nicolau
São Nicolau foi bispo de Mira, no século IV, homem de vida ascética, defensor intrépido da fé católica, participante do Concílio de Niceia, onde combateu com vigor a heresia de Ário, que negava a divindade de Cristo. A tradição afirma que, movido de zelo pela verdade, chegou a esbofetear o heresiarca. Longe de ser um contador de contos infantis, São Nicolau foi um combatente da fé, um pastor que quase chegou ao martírio durante as perseguições.
Sua caridade era silenciosa, discreta e profundamente cristã. Ajudava famílias pobres sem se promover, sem espetáculo, sem marketing. Sua vida inteira aponta para Cristo, nunca para si mesmo. São Nicolau não era um palhaço de vermelho. Era um bispo santo, penitente, orante, firme na doutrina.

O Papai Noel e seu paganismo escancarado
O personagem chamado Papai Noel nada tem de católico em sua formação moderna. Duendes que fabricam brinquedos são criaturas de mitologias esotéricas e pagãs. Renas voadoras pertencem ao mundo da fantasia mágica. Um homem que, numa única noite, percorre todas as casas do mundo e sabe se cada criança foi boa ou má é uma paródia grotesca dos atributos divinos da onipresença e da onisciência. Isso não é inocente. É uma caricatura blasfema do que pertence apenas a Deus.
A mitologia do Papai Noel cria um “semi-deus infantil”. Ele tudo vê, tudo sabe, tudo percorre, tudo recompensa. Essa atribuição roubada de Deus é espiritualmente desordenada. Não se trata apenas de brincadeira. Trata-se de uma catequese invertida, onde a criança aprende que um ser mágico substitui, na prática, a providência divina.

A construção comercial e a farsa da Coca-Cola
A figura moderna do Papai Noel, como hoje é conhecida, foi solidificada pela campanha publicitária da Coca-Cola no século XX. Um senhor obeso, sorridente, vestido de vermelho, transformado em ícone global. Aqui já não resta sequer sombra de São Nicolau. O que temos é um personagem fabricado para vender refrigerante, estimular consumo e criar uma cultura de desejos artificiais nas crianças.
O Natal, que é o nascimento do Salvador, passa a ser o nascimento do consumo. Cristo é empurrado para o fundo da cena, enquanto o “velhinho” vira protagonista. Isso é uma inversão gravíssima da ordem espiritual.

A injustiça cometida contra os pais
Há ainda uma perversidade moral clara nesse sistema. Os pais trabalham o ano inteiro, muitos com sacrifícios enormes, fazem dívidas, utilizam o 13º salário, parcelam no cartão, estendem contas para o ano seguinte. Compram os presentes com suor, preocupação e renúncia. E no fim, quem recebe o crédito do presente não são eles, mas um personagem fictício.
Isso é moralmente injusto. Ensina à criança a gratidão errada. Em vez de agradecer aos pais, ela agradece a um mito. Em vez de reconhecer o sacrifício familiar, ela crê numa fábrica de duendes. É uma pedagogia da mentira e da ingratidão, ainda que cheia de luzes, cores e músicas.

A tentativa modernista de conciliação: um erro grave
Dizer que “Papai Noel é São Nicolau” não é apenas um erro histórico, é uma tentativa de batizar o paganismo com água benta. A igreja sempre combateu as misturas indevidas entre fé e superstição. Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, os Padres da Igreja e o magistério sempre foram claros quanto aos perigos do sincretismo.
A tradição católica nunca precisou de fábulas mágicas para ensinar caridade. Temos os santos. Temos o presépio. Temos os mártires. Temos o Evangelho. Rebaixar São Nicolau a personagem de trenó é uma humilhação do santo e uma traição à sua memória.

Os frutos espirituais da mentira
Toda mentira gera confusão. Quando a criança descobre que Papai Noel não existe, ela aprende, ao mesmo tempo, que os adultos mentiram para ela. Isso corrói a confiança. Muitos, mais tarde, fazem a associação inconsciente “se mentiram sobre Papai Noel, talvez também tenham mentido sobre Deus”. O estrago espiritual é real.
Além disso, cria-se uma espiritualidade sentimentalista, mágica, desvinculada da cruz, do sacrifício, da obediência e da verdade. Tudo vira fantasia. Tudo vira espetáculo. E nada mais conduz à santidade.

Natal não é a festa de Noel. É a festa de Cristo
O Natal é a celebração da Encarnação do Verbo. É Deus que se faz Carne. É o presépio. É a Virgem Mãe. É São José. É o Menino Deus deitado na manjedoura. Tudo o que ofusca esse centro é, no mínimo, um desvio. Tudo o que o substitui é uma profanação.
Não precisamos de renas para contemplar o mistério. Não precisamos de duendes para ensinar generosidade. Não precisamos de um “deus do consumo” para celebrar o nascimento do verdadeiro Deus.

Restaurar a verdade, ainda que doa
A farsa do Papai Noel precisa ser chamada pelo nome. Não por ódio às crianças, mas por amor a elas. Não por amargura, mas por zelo pela verdade. Não por nostalgia vazia, mas por fidelidade à fé católica.
São Nicolau foi um santo. Papai Noel é um personagem pagão e comercial. Misturá-los é uma violência contra a história, contra a Igreja, contra a moral e contra as famílias. Recuperar o Natal cristão é um dever dos pais, dos catequistas e de todos os que ainda levam a sério a fé católica.
Entre o presépio e o trenó, o católico escolherá sempre a manjedoura. Entre o santo e a farsa, escolherá sempre a verdade.

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Prof. Emílio Carlos

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