FUNERAL CATÓLICO OU FUNERAL SOCIAL?

 

FUNERAL CATÓLICO OU FUNERAL SOCIAL?

Durante séculos, a Igreja ensinou com clareza luminosa que a morte não é o fim, mas a porta da eternidade. O Catecismo tradicional sempre afirmou que, após a morte, a alma comparece imediatamente ao Juízo Particular. Ali se decidem três destinos possíveis: Céu, Purgatório ou Inferno.
Essa consciência moldava profundamente os costumes católicos. A morte era cercada de silêncio, oração, temor de Deus e caridade sobrenatural. O falecido não era tratado como alguém automaticamente glorificado, mas como uma alma que precisava — urgentemente — da intercessão da Igreja militante.
O velório não era um evento social. Era, antes de tudo, uma vigília de oração.

Como eram os funerais católicos antes do Vaticano II?
Até meados do século XX, o que se via era isto:
    • O corpo era velado em casa ou na própria igreja;
    • A família passava a noite inteira rezando: o Terço, o Ofício dos Mortos, ladainhas;
    • No dia seguinte, todos seguiam em procissão para a Missa de corpo presente, centro e ápice de todo o rito;
    • Somente depois da Missa o corpo era levado ao cemitério;
    • O cemitério era visto como “campo santo”, lugar sagrado da espera pela ressurreição.
A liturgia dos mortos era austera, sóbria e profundamente teológica. O preto, o roxo, o Dies Irae, o silêncio, tudo ensinava uma verdade fundamental:
A alma do falecido ainda pode precisar de purificação.
Por isso, a Igreja sempre repetiu:
“Rezar pelos mortos é obra de misericórdia espiritual.”

O que vemos hoje?

Hoje, em grande parte dos ambientes, inclusive em contextos oficialmente “católicos”, os funerais se tornaram:
    • Encontros sociais;
    • Espaços de conversa, risadas, recordações puramente humanas;
    • Homenagens emocionais, mas sem espírito de reparação nem intercessão;
    • Celebrações onde o falecido é implicitamente canonizado.
O discurso dominante tornou-se este:
“Agora ele já está no céu.”
“Deus só quer que a gente seja feliz.”
“Não existe mais sofrimento depois da morte.”
Assim, perdeu-se na prática:
    • O senso do Juízo Particular;
    • O temor filial de Deus;
    • A realidade do Purgatório;
    • E, em muitos casos, até a possibilidade do Inferno.
O resultado é gravíssimo:
- Já não se reza pelos mortos porque se presume que todos estão salvos.
- Logo, pratica-se uma forma velada de negação do dogma da retribuição eterna.

O erro gravíssimo da “canonização automática”
A Igreja nunca ensinou que todos vão direto para o Céu. Pelo contrário, sempre ensinou:
    • Que muitos se salvam como que através do fogo;
    • Que muitas almas padecem no Purgatório por falta de orações;
    • Que o Inferno existe e não é vazio.
Quando o clero, nos funerais, fala apenas de consolação psicológica e omite a necessidade da oração pela alma, ele presta um desserviço espiritual imenso, pois:
    • Enfraquece a fé na Justiça divina;
    • Destrói o senso de responsabilidade moral;
    • E priva a alma do falecido de auxílio espiritual concreto.

Diante desse cenário: o discernimento do Ministro da Igreja Doméstica
Diante da deformação atual dos funerais, o Ministro da Igreja Doméstica precisa agir com prudência, fé e reta intenção sobrenatural. Ele não pode agir por mera pressão social.
Pergunta fundamental:
Minha presença ali será ordenada à salvação da alma ou apenas a um rito social vazio?
Podemos distinguir três situações principais.

I. Quando o Ministro NÃO deve participar
Há situações objetivamente graves, nas quais a presença do Ministro pode causar escândalo ou confusão espiritual, por exemplo:
    • Quando o falecido viveu publicamente em oposição à fé católica sem sinais de arrependimento final;
    • Quando pertenceu a seitas, sociedades secretas, ou grupos anticristãos;
    • Quando houve excomunhão conhecida e obstinada, sem sinais de reconciliação;
    • Quando o velório é inteiramente marcado por:
        ◦ Deboche da fé;
        ◦ Negação explícita da vida eterna;
        ◦ Hostilidade às orações.
Nesses casos, o Ministro não abandona a alma, mas:
    • Reza em casa, diante de seu altar;
    • Oferece Terços, sacrifícios e jejuns;
    • Suplica a Deus que, se houver arrependimento final oculto, a alma seja recebida
Porque rezar não exige presença física, mas exige fé.

II. Quando o Ministro PODE e DEVE ir
Se o falecido:
    • Era católico, mesmo que mal formado;
    • Ou vivia na chamada “igreja bergogliana”;
    • Ou tinha fé imperfeita, mas não hostil à verdade,
Então o Ministro pode ir, com uma missão clara:
- Não ir para socializar,
- Não ir para legitimar erros,
- Mas ir para rezar pela alma.
Nessas situações, é perfeitamente lícito e meritório:
    • Rezar um Terço Mariano;
    • Rezar o Terço da Divina Misericórdia;
    • Convidar discretamente alguns presentes:
      “Vamos rezar pela alma dele, porque podemos ajudá-lo.”
Isso é caridade autêntica.

III. Quando é melhor ficar em casa
Se o enterro é apenas:
    • Um encontro social;
    • Uma reunião emocional;
    • Um ambiente hostil à oração;
    • Um evento sem qualquer abertura ao sobrenatural,
Então o Ministro age com mais sabedoria ao:
    • Permanecer em sua igreja doméstica;
    • Acender uma vela;
    • Rezar pelo defunto com mais recolhimento;
    • Oferecer sacrifícios espirituais.
Pois é melhor uma oração em espírito e verdade do que uma presença vazia de fé.

É preciso restaurar a fé nos Novíssimos
A crise dos funerais é apenas um reflexo da crise da fé nos Novíssimos:
    • Morte
    • Juízo
    • Céu
    • Inferno
Enquanto essa fé não for restaurada, os mortos continuarão sendo privados das orações de que necessitam, e os vivos continuarão sendo enganados por uma falsa consolação.
O Ministro da Igreja Doméstica, neste tempo de confusão, tem um papel decisivo:
    • Guardar a fé verdadeira;
    • Rezar pelos mortos quando ninguém mais reza;
    • Recordar que a misericórdia de Deus não anula a sua justiça;
    • E que a maior obra de amor por um defunto é rezar por sua alma.

 

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